07/02/2025 Foren Insight

Genética Forense

A genética forense aplica conhecimentos e técnicas da genética e da biologia molecular com fins legais. A sua principal base é a análise do ADN (ácido desoxirribonucleico), o material genético presente em todas as células do organismo, que contém informações únicas para cada indivíduo.

A análise do ADN é útil em diversas situações, tais como:

  • Identificação criminal – A recolha e análise de ADN num local de crime permite estabelecer um perfil genético que pode ser comparado ao ADN de suspeitos ou a perfis armazenados em bases de dados criminais.
  • Testes de paternidade – A análise de ADN determina com precisão a existência de uma relação biológica entre duas amostras genéticas, uma vez que o perfil genético é hereditário.
  • Identificação de vítimas de desastres em massa – Em situações de desastres que resultam num grande número de vítimas, especialmente quando os corpos estão irreconhecíveis, a genética forense permite a sua identificação mesmo após a decomposição.
  • Estudos antropológicos e de migração – A análise de ADN auxilia antropólogos na compreensão da evolução humana, padrões de migração e relações entre diferentes grupos étnicos.

Técnicas Utilizadas na Genética Forense

A genética forense envolve várias técnicas laboratoriais, entre as quais:

  • Extração de ADN – Processo em que o ADN é isolado das células da amostra biológica.
  • PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) – Técnica que permite amplificar (copiar) regiões específicas do ADN, tornando possível a análise genética mesmo quando há pouca quantidade de material biológico disponível.
  • Análise de STRs (Short Tandem Repeats) – Estudo das regiões do ADN que contêm sequências curtas repetidas em tandem. Esta técnica é utilizada para criar perfis genéticos, uma vez que o número de repetições varia entre indivíduos.
  • Sequenciamento de ADN – Técnica que determina a ordem exata dos nucleótidos (“letras” do ADN) numa região específica, permitindo análises detalhadas da informação genética.

O Primeiro Caso Resolvido com ADN: Colin Pitchfork (Reino Unido, 1986)

O caso de Colin Pitchfork foi o primeiro crime solucionado através da análise de ADN. Pitchfork foi condenado pelo homicídio de duas jovens após o ADN presente no sémen encontrado nas vítimas ser comparado ao seu perfil genético, provando a sua culpa.

Este caso demonstrou a importância da genética forense na investigação criminal e estabeleceu um novo padrão na recolha de provas científicas em processos legais. Desde então, a análise de ADN tem sido amplamente utilizada para resolver crimes, reavaliar condenações injustas e identificar vítimas.